Análise de dados




Segundo Maximiano, Rios e Lima, sem dúvida foram a Nota Fiscal eletrônica (NF-e) e o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). Já Silva menciona toda automação nos processos internos da contabilidade, o uso da informática e de novos programas que promoveram a facilitação dos processos.
Diante dessas respostas, pode-se verificar que o objetivo da Receita Federal de modernizar a prática das informações prestadas tem surtido resultados, e que para os profissionais mais experientes a informação por meio digital é algo que modificou e modificará ainda mais a forma de trabalhar e vem atingindo o intuito do ENCAT (Encontro Nacional dos Administradores e Coordenadores Tributários Estaduais) e da Receita Federal de integralizar, simplificar e acompanhar em tempo real os passos das empresas.
Quando se indagou sobre o que as inovações tecnológicas trazem de benefícios para o contador, na opinião dos entrevistados, as inovações tecnológicas trazem benefícios para o Estado, como a melhora do monitoramento sobre as empresas e, para o contador, maior rigor no seu trabalho, além de gerar informações mais rápidas, agilidade nos serviços, maior eficiência, segurança nas informações e praticidade.
Buscando fazer uma análise comparativa, perguntou-se também a respeito de que consequências as inovações tecnológicas trariam para as empresas. Segundo Maximiano, as inovações tecnológicas aprimoram a organização, já que, para atender às exigências, é necessário melhor conhecimento e pessoal mais adequado às funções; Silva, por sua vez, destaca a agilidade trazida para a rotina interna da empresa. Para Rios, as inovações tecnológicas permitem que as organizações acessem novos mercados, aumentem suas receitas, realizem novas parcerias, adquiram novos conhecimentos e aumentem o valor de suas marcas. Mas, na opinião de Lima, não há benefícios para a empresa, uma vez que o custo de todos os investimentos e dos profissionais qualificados é muito alto. Tal opinião realmente tem fundamento, uma vez que o valor para se adequar a estas novas tecnologias não é um valor baixo, um exemplo disto é o custo para se adquirir o e-CNPJ, pelos Correios seu valor é de R$ 130,00 à R$ 220,00 (CORREIOS, 2011), mas há que se pensar nos benefícios futuros que isto trará.
Diante de tais dados, pode-se verificar que para grande parte dos contadores esta mudança é benéfica, e, apesar do curto prazo para adaptação e dos altos valores, surge , hoje, uma quebra de paradigma, um novo marco na história da contabilidade, como foi a inscrição em pedras ou o método de partidas dobradas.
Quando se quis saber se os softwares que surgiram na contabilidade, no último século, foram importantes para o trabalho do contador e por quê, para Maximiano, a resposta é sim, uma vez que dentro da empresa é criada uma base sólida e confiável de informações e o trabalho do contador passa a receber e criticar tais informações. Silva e Rios mencionam a agilidade e praticidade. Com elas, completa Rios, o trabalho do contador passa de uma fase mecânica a uma fase técnica, mostrando que a cada dia o profissional contábil caminha para ser um contador da informação. Com uma visão mais prática, Lima destaca que, sem os softwares, seria impossível se adequar às várias mudanças que acorrem nas práticas contábeis.
De fato, os softwares hoje são parte vital do trabalho de toda contabilidade, são eles hoje os responsáveis por armazenamento das informações de cada empresa, geram impostos, calculam folhas de salários, entre outras funções. Os softwares são coadjuvantes no processo de informar Estado e demais órgãos das movimentações ocorridas em determinado período. Entre eles, há programas que exportam informações de um banco de dados as para outros programas, e estes, por sua vez, tratam as informações e dão ao seu usuário pareceres sobre elas.
Também se perguntou se a contabilidade tem conseguido acompanhar as inúmeras implantações de sistemas NF-e e SPED e, para Maximiano, tem sido difícil, pois a mudança ocorre muito rapidamente. Quase nunca há pessoal qualificado e isso depende de cursos e, principalmente, de prática. Além disso, como essas implantações dependem das empresas, para ele, elas mesmas ainda não estão habituadas às mudanças e quase sempre colocam a responsabilidade nas mãos do Contador, como se fosse unicamente sua tal obrigação. Silva também menciona o curto prazo para adequação às mudanças e Rios salienta que, apesar de a contabilidade conseguir acompanhar as inúmeras implantações de sistemas, houve que se investir na capacitação de seus profissionais. Na visão de Lima, a dificuldade reside não só na necessidade de se buscar qualificar melhor os profissionais, mas na adequação dos programas para as novas implantações. Para Lima, há programas que ainda não estão voltados para todos os tipos de empresas e suas particularidades.
Nesse sentido, a contabilidade tem caminhado para acompanhar o processo de transição e as implantações que ela implica, mas surgem vários empecilhos neste caminho. Em sua maioria, as empresas dificultam o trabalho do contador, por não desejarem se adequar às mudanças, atitude que gera multas. Quando cobradas, a empresa diz não ter conhecimento da mudança e que a contabilidade deveria ter-lhe cobrado uma posição, para que não houvesse prejuízos. Então, para que este processo seja pleno, há que se desenvolver um trabalho de conscientização com as empresas em geral, para que saibam que há benefícios; porquanto, a maior parte somente fica sabendo da mudança na hora de desembolsar valores correspondentes a ela.
Enfim, ao se questionar se com tanta evolução e praticidade ocorrendo no dia-a-dia da contabilidade, a profissão do contador poderia ser extinta, os entrevistados foram unânimes e categóricos em dizer que a profissão se tornará mais necessária que hoje é. Para eles, haverá necessidade de controle das informações que irão para o Estado e de profissionais capazes de dar às empresas consultoria e orientações. O novo contador que surge, então, seria um agente efetivo do processo de tomada de decisões.
Nesses aspectos, não podemos deixar de lembrar que a constante busca de atualização por parte do profissional e essencial para todo contador. Ele é o responsável por disseminar as mudanças ocorridas e que estão por ocorrer; ele traz à luz os erros que determinada empresa comete, ao analisar o seu patrimônio e onde ela deve diminuir gastos ou investir lucros. A profissão não está por findar-se e, sim, aprimorar-se.
A atualização do novo profissional contábil torna-se, portanto, indispensável. Diante disso, perguntou-se, ainda, o que deveria ser feito para que isto seja de fato alcançado. Maximiano afirma que somente a prática pode ser um fator importante na atualização do novo profissional contábil, por isso é importante o estágio entre estudante e empresas contábeis. Os demais destacam o fato de que o profissional deve buscar constante aprimoramento com cursos, novas técnicas e conceitos, quanto às novas mudanças (GRÁF. 1).

 Nesse sentido, pode-se dizer que a prática é importante para o conhecimento, mas sem sua base teórica, corre-se o risco de fazer uma tarefa da forma errônea. Os cursos, a busca de conhecimentos com especialistas na área é fundamental, para que se aprenda da forma correta.
Enfim, ao se indagar sobre que perfil de contador que o mercado atual procura, as opiniões destacam desde aquele profissional que saiba aliar conhecimento teórico e prática, passando por profissionais capacitados ou bem preparados, com facilidade de diálogo e de encontrar soluções para problemas que ocorrem diariamente, bem como aquele que possua um perfil dinâmico e se atualize constantemente, até que seja um contador conselheiro, auditor e autodidata.
Dessa forma, vemos que o mercado de trabalho fica mais competitivo e exige um profissional aberto a todas as áreas, com qualificações maiores que seus antecessores, com raciocínio rápido e que saiba utilizar-se da tecnologia a seu favor. Este é o profissional que as instituições educacionais vêm formando, nos últimos anos, e este é o futuro cada vez mais presente.